Leitura obrigatória da Fuvest-2013, “Sentimento do mundo” mostra o poeta mineiro atento aos acontecimentos políticos de sua época. “Tenho apenas duas mãos/ e o sentimento do mundo”, escreve ele nos célebres versos que abrem este volume. “O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes,/ a vida presente”, acrescenta, em “Mãos dadas”. A visão de mundo sombria e pouco otimista não o impede de ser lírico nos delicados “Menino chorando na noite” e “Noturno à janela do apartamento”. E ainda sobra tempo para Drummond homenagear o amigo Manuel Bandeira, num “apelo de um homem humilde” que funciona ainda como um elogio e uma reflexão sobre o fazer poético.