Professor/cooperado Luciano Silva é homenageado na abertura oficial da FLIG 2022
A Feira do Livro de Guaxupé (FLIG MINAS) teve sua cerimônia de abertura no último domingo (18), no Teatro Municipal Arlete Souza Mendes, com a participação do escritor brasileiro e membro da Academia Brasileira de Letras, Ignácio de Loyola Brandão, patrono dessa edição. O evento tem o objetivo de promover, incentivar e difundir o hábito da leitura.
O professor/cooperado da Escola Interativa/Coopeg, Luciano Silva, foi um dos homenageados da noite ao lado de Rodrigo Calistro e Willi de Carvalho. O também professor da Interativa, Bruno Humberto, sobrinho de Luciano, foi encarregado de ministrar um depoimento durante a homenagem (confira abaixo).
Diretoras, professores e estudantes da Escola Interativa estiveram presentes para prestigiar o evento.
“Meu agradecimento à escola Interativa e a Coopeg pela oportunidade de homegear, em seu nome, o Luciano. Tenho a felicidade de ser seu sobrinho, aluno e companheiro de trabalho. Não poderia iniciar esta homenagem sem citar o nome de Maria Regina da Silva, minha avó, mãe do Luciano, grande educadora, exemplo para todos nós. Dona Regina nos ensinou que aqueles que seguem o caminho da educação professam, antes de mais nada, fé e amor. Fé não apenas na ciência, no conteúdo das disciplinas, mas, sobretudo, a fé no papel da educação para a construção de uma sociedade pacífica, solidária, amorosa e únida. Fé nas novas gerações. Fé que esta cidade, esta região e este pais podem ser melhores. Fé para seguirmos a nossa caminhada firmes em nossos propósitos profissionais e éticos a parte os percalços que aparecem no dia-dia. Amor porque, sem a doação incondicional ao próximo, nada é possível.
O Luciano segue com distinção as lições de Dona Regina e adiciona um colorido especial a elas. Enquanto seu aluno posso localizar tais cores. Creio que algo em especial explica porque o Luciano é um dos mais queridos professores de nossa região: o tipo de afeto a partir do qual ele constrói a relação com seus alunos. Luciano interage com seus alunos a partir de uma posição que mais remete a de um irmão mais velho do que a de um pai. Sua relação com os estudantes é pautada em primeiro plano por momentos descontração e de conselho. A proximidade, o diálogo e a horizontalidade vêm antes da hierárquia. A partir desse modo de ser e estar, o Luciano desbloqueia traumas que o sistema escolar às vezes projeta sobre os estudantes. A Geografia não lhes aparece como uma exigência para se passar de ano ou no vestibular. Mas, como extensão da relação afetiva que o Luciano pratica. Da mesma maneira que é difícil não gostar do Luciano, é difícil não gostar do que ele ensina, não gostar do que a Geografia compreende. O estudo da interação entre a humanidade, os demais seres vivos e a natureza inorgânica, a partir princípio ordenador do espaço, se transforma em uma relação de cuidado, de compromisso com cada átomo que compõe a nossa realidade, nossa vida. Cuidado que espelha a relação de compromisso entre o Luciano e os seus alunos. O afeto sai da sala de aula e vai para o mundo,
Enquanto companheiro de trabalho, lembro do que aprendi com Luciano a partir da sua atuação em cargos de direção. Os profissionais que atuam no secretariado, na coordenação, na supervisão e na direção sabem dos imensos desafios que a gestão escolar impõe. Ela demanda não apenas a gestão de questões profissionais e disciplinares na escola. Também demanda a mediação entre a escola, a sociedade cívil e as instituições. Em síntese, a mediação de conflitos entre pessoas. Muitas vezes tais profissionais são colocados em situações extremamente complexas a partir de problemas que estouram no ambiente escolar. Frente a esses desafios, a prática do Luciano foi sempre a de se pautar pelo diálogo, pelo apasiguamento, pela posição de que os problemas da escola devem ser resolvidos na escola e de forma não-violenta. Tal postura é exemplo a ser multiplicado em tempos de crescente validação da violência, que infelizmente reverbera no ambiente escolar. Também devo destacar a leveza que a postura otimista e bem-humorada do Luciano traz a leveza ao ambiente de trabalho. Tudo isso faz do Luciano amparo e inspiração para todos seus colegas de trabalho.
Por fim, queria me dirigir a você, meu tio, meu amigo, meu professor. Imagine, por um momento, a gratidão que seus alunos tem por ti. Imagine o orgulho que desperta em todas as instituições em que atuou; das escolas públicas às particulares; das escolas da periferia às do centro. Imagine o orgulho de sua família por quem você é. Pois bem, nada disso é apenas fruto da sua imaginação. Um dia foi um sonho. Hoje é a realidade que você construiu com trabalho, amor, fé e que é reconhecida nesta homenagem.”
Bruno Humberto.
